segunda-feira, 4 de abril de 2011

Caracol



0 verdadeiro papel dos caracóis nos aquários é um assunto acerca do qual há variadíssimas opiniões. Enquanto por um lado, é opinião geral que a maior parte das espécies de caracóis não é conveniente nos aquários de reprodução, por outro lado as opiniões dividem-se quanto ao bem - ou - mal - que estes indivíduos podem causar num aquário comunitário normal.
Alguns aquariofilistas consideram os caracóis indispensáveis como limpadores do aquário; outros consideram-nos uma peste que destrói as plantas e polui a água.
Atualmente, nenhuma destas posições é inteiramente correta. A eficácia da limpeza efetuada pelos caracóis é mínima; estão longe, por exemplo, de ser tão eficientes como os peixes-gato. Por outro lado, os caracóis não são na verdade tão perigosos como a maior parte dos aquariofilistas pensa, e são excelentes para aumentar a variedade e interesse de um tanque comunitário. Eis algumas das espécies mais comuns:
Melanoides tuberculata, largamente distribuído da África Oriental ao Sudeste Asiático. É um dos caracóis mais úteis para conservar um aquário limpo. Tem uma cor atraente matizada de verde azeitona ou amarelo, com faixas violeta a volta da concha. Esta espécie vagueia pelo aquário principalmente durante a noite. Durante o dia enterram-se no areião, onde atuam como uma espécie de filtro natural, alimentando-se de algas e detritos orgânicos. 0 Melanoides tuberculata necessita de água a uma temperatura acima dos 18oC e atinge um tamanho de cerca de 2,5. Esta espécie reproduz-se muito rapidamente e pode invadir por completo o aquário se não for controlado.
A Ampullaris australis é uma espécie da América do Sul. É um dos caracóis de aquário mais populares, possuindo um extraordinário tubo respiratório que pode estender-se até sair da água para aumentar a sua respiração através das guelras. Põe os ovos na superfície da água, nos arbustos. É um voraz comedor de algas e deve ser alimentado com vegetais se não houver algas disponíveis no aquário. De outro lado poderá começar a roer as plantas aquáticas. A concha deste grande caracol, que pode alcançar um diâmetro de 6 cm, é de cor marfim, enquanto o animal em si é cinzento escuro ou azul com pequenas manchas douradas. Uma outra espécie aparentada com esta, o Ampullaris cuprine, é muito popular nos Estados Unidos, onde é conhecida como caracol mistério.

0 Helisoma negricans encontra-se entre os menores caracóis de aquário, cuja concha atinge o tamanho Maximo de 2 cm. Natural do Brasil, a espécie vulgar apresenta-se numa cor branca acastanhada, havendo também uma variedade vermelho brilhante. Alimenta-se principalmente de algas e restos de comidas deixados pelos peixes, só raramente se alimenta de plantas aquáticas. 0 Helisoma negricans põe imensos ovos nas folhas das plantas e expande-se facilmente - às vezes facilmente demais - no tanque comunitário.

0 Planorbis corneus é uma espécie européia mais apropriada para aquários de água fria. A espécie vulgar apresenta-se numa cor cinzenta, havendo igualmente uma variedade de um vermelho escuro brilhante. A concha pode atingir um diâmetro de 3 cm. Esses caracóis comem uma grande quantidade de vegetais e devem receber um suplemento de alface ou espinafre. Este procedimento, infelizmente polui a água: são essenciais freqüentes limpezas do fundo do tanque, bem como mudanças parciais da água. Há pouco perigo de invasão do aquário com esta espécie porque a maior parte dos peixes devora-1hes rapidamente os ovos, bem como os exemplares jovens. 0 Planorbis corneus respira por meio de pulmões.
Outra espécie européia, o Viviparus malleatus é excelente para lagos ao ar livre. Esta criatura indolente, de cor triste, passa grande parte do tempo na areia, no fundo do tanque ou no lago. Os novos exemplares nascem completamente formados, com conchas de um pouco menos de 1 cm de diâmetro. 0 diâmetro médio das conchas dos indivíduos adultos é de 3 cm. No Japão este caracol é criado e consumido como alimento.

Há muitas outras espécies de caracóis, consoante a localização, mas as mencionadas são as mais utilizadas na Aquariofilia. Embora se possam encontrar caracóis em lagos e cursos de água por todo o mundo, não é aconselhável colocar nos aquários caracóis capturados localmente, porque são muitas vezes portadores de doenças e parasitas. Por último, temos a remoção dos caracóis. Com algumas espécies é necessário desbastar periodicamente a população. A maneira mais simples de o fazer é deixar um pedaço de comida sólida para peixes no aquário durante a noite. De manhã, notarão que inúmeros caracóis se juntaram sobre o engodo, podendo ser facilmente removidos com uma rede.

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